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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mãe depois dos 35?

Tenho andado a pesquisar sobre este tema, já que temos andado a prometer ao Zé Pedro que vai ter um(a) irmã(o). Encontrei na internet um artigo que saiu na revista "Mãe Ideal". Aqui fica, pode ser que interesse a mais alguém:

Mamã aos 35?
As mulheres grávidas de mais de 35 amos já não são uma raridade. E mais, aquelas que têm 40 ou mais são cada vez mais frequentes. Mas o tema continua a ser complexo e envolto em mitos e regras culturais.

Nas gerações que nos precederam, era comum que as mulheres se casassem muito jovens, e a sua maior responsabilidade eram os cuidados do crescimento e do desenvolvimento social dos seus filhos. Mas o tempo passou e as coisas mudaram. Actualmente, as futuras mamãs com mais de 35 anos já não são uma raridade. Diariamente encontramo-nos com mulheres que despertam para a maternidade tendo já cruzado a fronteira dos 40. A maternidade deixou de ser património exclusivo das mulheres jovens. Como consequência da evolução no que se refere a comportamentos sociais, e devido aos avanços na compreensão dos fenómenos biológicos que se conseguiram nas últimas décadas, hoje em dia uma metade da vida activa da mulher decorre durante o seu climatérico. Assim, o avanço e a sofisticação das técnicas de fertilização assistida permitiram que muitas mulheres adiram à maternidade em idades tardias, até mesmo na quinta década da sua vida. Mas ter em conta unicamente os anos que acusa o calendário seria simplificar todo este conjunto demasiado complexo. Não podemos esquecer que os efeitos da idade provavelmente variam de uma mulher para outra de acordo com os seus antecedentes pessoais e obstétricos, assim como também não são necessariamente idênticas as causas que determinaram uma maternidade tardia. Com isto, queremos dizer que pode haver grandes diferenças entre a idade cronológica e a idade biológica de uma mulher.

Até quando?

Uma pergunta que devemos fazer é se existe uma idade na qual a gravidez deveria ser proibida. São muitos os factores pessoais e sociais envolvidos numa decisão tão importante como procriar. Responder a uma mulher com mais de 40 anos acerca da gravidez não é tarefa fácil, já que a explicação dos riscos é parcial e de débil fundamentação. Provavelmente, não há uma idade em que a gravidez não seja segura, nem a idade por si só pode contra-indicá-la. Cada mulher deve ser aconselhada de modo que possa tomar uma decisão responsável junto com o seu marido, contando com uma informação precisa sobre os potenciais riscos de engravidar na sua idade.

Os riscos

Uma vez conseguida a gravidez depois dos 35 anos, a mulher enfrentará alguns riscos, que nessa idade acontecem com uma maior frequência do que com uma gravidez dez anos antes, por exemplo, a incidência de aborto espontâneo no primeiro trimestre é mais frequente nestas mulheres do que nas mais jovens, dado que quando estas perdas acontecem, na maioria das vezes devem-se a anomalias cromossómicas, que aumentam de modo considerável depois dos 34 ou 35 anos. A anomalia mais conhecida é a Trissomia do par 21 ou Sindroma de Down. É por este motivo que muitas destas mulheres se submetem a colheita de líquido amniótico para estudo do cariotipo fetal com o objectivo de avaliar anomalias cromossómicas.

Mais cesarianas

Entre as mulheres que passaram a barreira dos 35, estatisticamente há um incremento no número de intervenções por cesariana. É provável que este aumento se deva ao facto das mulheres apresentarem mais complicações tanto durante a gravidez como durante o parto. Mas, obviamente, isto não quer dizer que uma grávida não possa conseguir um parto vaginal. Para avaliar esta possibilidade devem ter-se em consideração distintos factores como a saúde do feto, a forma da pélvis materna, se se trata do primeiro bebé ou se a mulher teve partos vaginais ou cesarianas anteriormente.

Mais idade, maiores complicações?

A diabetes, assim como a hipertensão arterial, também são mais frequentes nas futuras mães de mais de 30 anos de idade no final da gestação. No caso de mulheres que já têm estas doenças antes de ficarem grávidas, é lógico pensar-se que complicarão ainda mais a gravidez do que se estas doenças forem unicamente diagnosticadas pela primeira vez durante a gravidez. Isto é importante dado que poderíamos generalizar que, se uma mulher enfrenta uma gestação com um bom estado de saúde, o seu prognóstico será muito mais favorável do que o de uma outra que inicia uma gestação com padecimentos de longa data. Os fibromas são tumores benignos do útero que frequentemente afectam as mulheres depois dos 30 anos. Estes tumores podem crescer devido ao estímulo hormonal próprio da gestação e, depois do parto, podem regredir para o seu tamanho habitual. Mesmo quando se encontram em quantidade e adquirem um tamanho considerável, raramente são causa de aborto. Às vezes o crescimento do fibroma compromete a vascularização ou a chegada de sangue ao mesmo, pelo que pode iniciar um processo de degeneração interna, o que se manifesta por uma dor muito intensa na zona onde está colocado. Geralmente, estes quadros cedem em poucos dias com repouso e analgésicos. Por tudo isto, o mais importante é saber que ter um filho é uma decisão emocional e intelectual. Assim, poderíamos aceitar que qualquer que seja o momento da concepção, ele é o «momento certo».

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